QUE É DEUS? - PARTE III

Ao término da segunda parte deste Tema – Que é Deus? – Parte II, concluímos que as Mensagens da Bíblia, desde a Gênese Mosaica até o próprio Cristo, bem como a lavra espírita – O Evangelho Redivivo, indicavam que não seríamos diferentes de Deus, somos realmente à “imagem e semelhança” Dele, diferindo apenas no grau de manifestação dos Seus Atributos Divinos.

Ao final daquele trabalho, perguntamos, também, se não teríamos apoio a essas conclusões dentre as multimilenares religiões orientais, o que abordaremos agora e de onde prosseguiremos para as últimas conclusões sobre os estudos realizados sobre Deus e a próxima etapa das Revelações Espirituais para a humanidade.

MONISMO – O ADVAITA VEDANTA

A visão multimilenar hindu – Advaita Vedanta – sobre Deus e o Universo é divulgada por Sathya Sai Baba (1926 – 2011) – o Avatar (manifestação divina) da Nova Era, cujas referências a essa elevadíssima autoridade espiritual podemos encontrar tanto no Livro Sai Baba. O Homem dos Milagres como no impressionante vídeo Divaldo Franco vai à Índia Visitar Sai Baba.

Nessa percepção da criação, só há Deus e nada mais. Tudo é Deus e nós somos centelhas, manifestações da divindade, como ondas do grande oceano divino, e as diferenças que vemos hoje entre as coisas no universo são frutos de Maya – A Grande Ilusão – criada pela mente e que faz nos vermos distintos e apartados da divindade.

Argumenta-se que o hinduísmo seria politeísta, uma religião com centenas de milhares de deuses e imagens, porém, segundo Sathya Sai Baba e outras almas elevadas espirituais, essa multiplicidade de deuses são todas expressões do mesmo UM, adaptando-se aos costumes, culturas e idades espirituais dos seus amados filhos em todas as épocas e regiões do planeta.

O Advaita Vedanta, também conhecido como MONISMO, explica, assim, que o UNO SEM FORMA assume INÚMERAS FORMAS para atender aos corações dos seus amados que O chamam e O reverenciam de infindáveis maneiras.

Essa visão do Criador, da criação e do universo possui muitos aspectos positivos:

1.    É o próximo passo lógico na tendência de proximidade cada vez maior com Deus que representamos no gráfico.

2.    Corrobora todas as referências espirituais apresentadas neste trabalho, inclusive as declarações do próprio Cristo.

3.    Explica a Onipresença Divina – em todo o lugar só há Ele e nada mais.

4.    Ampara as conclusões do Post As Leis que Regem Tudo – Parte I onde concluímos “que tudo é consciência, que grada desde a mais ínfima partícula até o arcanjo.”

5.    Elimina a distinção entre espírito e matéria, alvo de tópico específico do Livro dos Espíritos onde o próprio Kardec não chegou a uma conclusão definitiva a respeito do assunto. Em verdade não há distinção, são ambos a mesma essência em estados de consciência diferentes.

6.    Etc.

Obviamente, essa Revelação gera ao mesmo tempo muitas dúvidas como por exemplo se o Monismo não seria o Panteísmo refutado pelos espíritos no Livro dos Espíritos, que é a questão que tratamos a seguir.

MONISMO X PANTEÍSMO

Kardec, o “Bom Senso Encarnado” segundo o renomado astrônomo e cientista francês Camille Flammarion (1842 – 1925), não poderia deixar de tratar da questão da Unidade de todas as coisas professada há milênios pelas religiões orientais, principalmente o hinduísmo Advaita Vedanta mencionado acima.

A seguir temos um resumo das suas principais perguntas sobre o assunto e das respostas dos espíritos elevados (destaques nossos):

 14. Deus é um ser distinto, ou será, como opinam alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?

Resposta: “Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e não causa. Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa. [...]“

15. Que se deve pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, em conjunto, a própria Divindade, ou, por outra, que se deve pensar da doutrina panteísta?

Resposta: “Não podendo fazer-se Deus, o homem quer ao menos ser uma parte de Deus.”

16. Pretendem os que professam esta doutrina achar nela a demonstração de alguns dos atributos de Deus: Sendo infinitos os mundos, Deus é, por isso mesmo, infinito; não havendo o vazio, ou o nada em parte alguma, Deus está por toda parte; estando Deus em toda parte, pois que tudo é parte integrante de Deus, ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. Que se pode opor a este raciocínio?

Resposta “A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo.” [...] (LE)

Utiliza-se esse conjunto de respostas das esferas superiores para se refutar o monismo, porém, monismo e panteísmo são iguais apenas na superfície, no fundo, são praticamente o contrário um do outro.

No panteísmo refutado pelos espíritos, Deus é a resultante da soma de tudo o que existe, é “efeito e não causa”, como os tijolos que, organizados, resultam no muro.

Já no monismo, até o nível que podemos alcançar, Deus é o oceano e só há Ele e nada mais. Todas as coisas são emanações Dele, como as ondas, espumas, correntes, icebergs, etc. são estados diferentes do mesmo oceano; nós mesmos sendo uma onda Dele.

No panteísmo, o muro depende dos tijolos para continuar existindo, no monismo, se o oceano deixar de se manifestar como ondas, espumas, etc., tudo desaparece, mas o oceano permanece sempre.

CONCLUSÃO

Allan Kardec, indubitavelmente, conhecia muito bem o monismo, o panteísmo e a grande diferença entre ambos, podendo perfeitamente ter insistido com os espíritos até que a Verdade Maior monista indicada na Bíblia e nas obras xaverianas fosse revelada, porém, de que isso adiantaria naquele momento?

Se os espíritos e a reencarnação ainda eram uma Verdade a ser aceita na endurecida mente humana, como seria possível apresentar o monismo naquele momento?

Havia, à época, uma missão maior a cumprir, qual seja combater o materialismo incrustrado na alma humana, descortinar o véu da morte para a Vida Infinita, estimular a crucificação do egoísmo e não do Cristo, etc.

Porém, tudo tem o seu tempo e são chegados os momentos das grandes transformações no planeta, onde iluminadas almas da Terra e do espaço estão reencarnando para erradicar os maus tempos da face do orbe.

Assim, precisamos acabar com as diferenças que tanto nos separam e nos fazem sofrer e fazer sofrer, temos que nos unir e darmos, juntos, mais um passo na direção do Amor Eterno: Deus.

Precisamos entender Deus não como um ser distante em paragens inalcançáveis, mas em nós e em todos os outros inclusive em nossos irmãos de outros reinos da Natureza, temos todos a mesma essência, Amar o Próximo é Amar a Deus, afinal, pelo que podemos concluir, o Todo Poderoso – a Verdade Suprema – não vê nenhuma diferença entre nós e Ele mesmo:

Ou seja, tudo o que fazemos ou deixamos de fazer ao outro, na Visão de Deus, estamos realmente fazendo a Ele mesmo, é dessa forma que a Consciência Suprema vê nossas atitudes e tem buscado nos esclarecer sobre isso, principalmente agora com o monismo, cuja revelação deverá acompanhar o Alvorecer da Nova Era no planeta.

Por isso que Allan Kardec, numa sublime síntese de profundo significado espiritual, anuncia que “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”, pois a Caridade é a mais perfeita forma de adorá-Lo e ter com Ele: na pessoa do nosso próximo.

Assim, devemos estar com as mentes e espíritos abertos e preparados para as novas revelações que o Alto estão nos trazendo acerca de Deus, as quais anunciam uníssonas o monismo: “NÓS E O PAI SOMOS UM”, a Verdade que nos libertará, em definitivo, dos ciclos de dores e sofrimentos que nos prendem à Terra.


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